Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira

Parque Estadual Turístico do Alto do Ribeira de nível Estadual, localizado (a) em Iporanga (SP), Apiaí (SP)
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O Parque Estadual do Alto Ribeira - PETAR é localizado no Vale do Ribeira, entre as cidades de Apiaí e Iporanga na região sul do estado de São Paulo.

Núcleos

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O PETAR é um parque grande, e seus Núcleos foram criados para melhor atender os turistas e também por questões logísticas e de segurança. Por ser grande, as distâncias entre os núcleos são consideráveis, com próprias atrações e opções variadas de hospedagem, por isso escolha seu roteiro entrando e analisando por núcleo que deseja visitar:

  • Núcleo Santana - o mais visitado do parque, dá entrada para Caverna Santana, Morro Preto, Trilha do Betari, entre outras atrações;
  • Núcleo Ouro Grosso - Dá acesso à Caverna do Ouro Grosso e a Caverna Alambari de Baixo, conhecidas pelo apelo mais radical;
  • Núcleo Casa de Pedra - Por recentes acidentes, hoje não leva a entrada em nenhuma caverna, mas tem trilhas para o maior pórtico do mundo, vale ainda o passeio;
  • Núcleo Caboclos - Talvez o núcleo que mais exija do visitante, dando acesso das Cavernas de Temiminas, Caverna das Aranhas, entre outras.

Entenda

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O PETAR (Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira) abriga uma das maiores concentrações de cavernas do planeta numa região de Mata Atlântica intocada sobre montanhas e serras. Com mais de 300 cavernas cadastradas pela Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE), esse patrimônio natural é composto por sítios paleontológicos, arqueológicos e históricos, sem falar na extrema biodiversidade e na riqueza espeleológica encontrada na região.

O alto índice de precipitação aliado à sua ação sobre a rocha calcária é responsável pela formação das cavernas e suas infindáveis estalactites (no teto), estalagmites (no chão), colunas (do teto ao chão) e cortinas. As cavernas são tanto horizontais (grutas) como verticais (abismos).

Devido à sua imensa extensão - são cerca de 360 km² -, as áreas permitidas à visitação ficam concentradas em quatro diferentes núcleos: Santana, Caboclos, Ouro Grosso e Casa da Pedra. O PETAR oferece ao visitante, além de visitas a cavernas ornamentadas, acesso a cachoeiras, árvores centenárias, patrimônios histórico-culturais e arqueológicos.  

O PETAR forma, em conjunto com os parques estaduais de Jacutinga, Intervales, Carlos Botelho e a Estação Ecológica Xitué um grande área contínua de Mata Atlântica com imensa variedade de espécies. Toda a região foi considerada Reserva da Biosfera pela UNESCO.

História

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O parque foi criado em 1953 e oficialmente reconhecido em 1958. Apesar de ser considerado um dos primeiros parques estaduais do Estado de São Paulo, somente nos anos 1980 começou a ser efetivamente aberto à visitação. Vale destacar, ainda, que o PETAR foi um dos primeiros focos de atuação de espeleólogos no território brasileiro. No entanto sua história remonta há milhares de anos. Segundo estudos, supõe-se que a ocupação humana iniciou-se a cerca de 10 mil anos. A descoberta de sambaquis e de sítios ceramistas datam de 2 mil anos, e vestígios de uma tradição caçadora e posteriormente cultivadora colocam a região como rota migratória de populações indígenas. Os portugueses, por meio das Bandeiras, passaram a colonizar o lugar entre os séculos XVII e XVIII em busca de riquezas. Muitos quilombos foram formados na região.

O parque ocupa área dos municípios de Apiaí e Iporanga.

Paisagem

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O relevo é montanhoso, pois o parque estende-se sobre a Serra da Boa Vista, parte da Serra de Paranapiacaba.

Flora e fauna

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A paisagem está recoberta por Mata Atlântica original. As araucárias, paus-brasil, palmeiras, orquídeas e bromélias são comuns. Há também muitas figueiras, cujas raízes podem ter metros de altura para fora da terra. As árvores de maior porte chegam a ter 40 metros de altura.

Os animais maiores que integram esse habitat são o veado-matreiro, a irara, a onça-pintada, a lontra, o mono-carvoeiro, o macaco-prego, o bugio, o gavião-real, o papagaio-peito-roxo, a jacutinga, o jacu-guaçu, o gavião-real, o mono-carvoeiro ou muriqui, a ave maria-leque, tucanos, pica-pau, beija-flor, saíras, corujas, o gavião-do-penacho, o papagaio-de-peito-roxo, o cágado, cachorro-do-mato, gambá, cuíca-d’água, entre outros. Além disso, nas cavernas, é possível encontrar também o chamado piolho-de-cobra, besouros, o falso escorpião, o bagre-cego, morcegos, o grilo cavernícola entre muitos outros aracnídeos e insetos.

O clima no PETAR é considerado subtropical com verões quentes e úmidos, com muita chuva entre dezembro e março, quando as estradas de terra se tornam difíceis de transitar. Nesta época, ainda, algumas cavernas e trilhas podem ficar interditadas por conta da chuva e do risco de acidentes. Sendo assim, a melhor época para visitar parque é fora da época de chuvas, entre os meses de abril a novembro. As temperaturas médias no PETAR são de 25ºC no verão e 18ºC no inverno.

Chegar

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De avião

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Os dois aeroportos mais próximos com rotas comerciais são os aeroportos que atendem a grande São Paulo (Congonhas e Cumbica), o que atende Campinas (Viracopos), mas talvez a melhor opção, se houver voos diretos seja o que atende Curitiba (Afonso Pena). De lá alugue um carro e siga as rotas abaixo ou pegue um ônibus, também aqui listados.

De carro

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Mapa rodoviário da região do PETAR e Caverna do Diabo

Para chegar ao PETAR temos duas cidades bases, Iporanga e Apiaí, Iporanga ficando mais próximo dos Núcleos Santana e Ouro Grosso, Apiaí dos Núcleos Caboclos e Casa de Pedra.

Para como chegar aos respectivos Núcleos vide a página do Núcleo que deseja.

  • Para Iporanga:
    • De São Paulo, há dois caminhos para Iporanga, ambos demoram cerca de 5 h, passando por vias com muitos caminhões, e estradas simples, com animais.
    • Pela BR-116/Régis Bittencourt por 230 km até Jacupiranga, mais 25 km pela SP-193 até Eldorado e finalmente outros 73 km pela SP-185 até o município de Iporanga; total: 323 km.
    • Uma alternativa é descer pelo sistema Anchieta/Imigrantes e pegar a Régis mais à frente, por ser uma estrada não tão boa e com muitos caminhões, vá em direção a Peruíbe, de lá siga para Régis;
    • De Curitiba o caminho tem cerca de 3 h, também passando por vias com muitos caminhões, estradas simples com animais. Você também começa pela BR-116/Régis Bittencourt, anda 108 km (~1h20min) até Parque Estadual do Rio Turvo, troque para Estrada Municipal Ribeirão do Veado-Perebá em sentido Barra do Turvo, siga por essas estradas municipais até Iporanga. Elas seguem o Rio Turvo, tem muitos animais, e a paisagem é bem bonita, vale a ida de dia.
  • Para Apiaí:
    • De Curitiba o caminho tem cerca de 3 h pela BR-476, saia de Curitiba usando a BR-116/Régis Bittencourt em sentido a BR-476, ande 160 km (~3h) e chegará em Apiaí. Essa viagem é especialmente bonita, vale ir de dia;
    • De São Paulo o trajeto tem aproximadamente 4 h você usará a Rodovia Castello Branco, e em Sorocaba você troca para a Raposo Tavares, somados dará 324 km.

De ônibus

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Do Terminal Barra Funda em São Paulo, por dois caminhos:

  • Pela Transpen, até Apiaí: 6 h, R$53,11. De lá, há suas saídas diárias para Iporanga: 11h e 16h, por estrada de terra, onde se encontram os núcleos Santana, Ouro Grosso e Casa da Pedra.
  • Pela Intersul, com quatro saídas diárias para Eldorado (R$ 33,45), e depois em ônibus circular para Iporanga e, finalmente, em outro para Apiaí, com suas duas saídas diárias.

Taxas e permissões

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Os valores dos ingressos praticados para acesso de cada núcleo do PETAR em 2020 são:

  • Ingresso Geral: R$ 32,00
  • Ingresso desconto Brasil (50%): R$ 16,00 (estudantes pagam meia entrada)
  • Ingresso desconto Mercosul (25%): R$24,00
  • Pacote Anual – 10 visitas (30%): R$ 112,00

- É exigida a contratação e acompanhamento de um guia credenciado, o qual pode ficar responsável por um grupo de no máximo 8 pessoas. Os valores cobrados por cada guia são individuais, variando a uma média de R$ 200 por pessoa a diária (valores referentes a fevereiro de 2020 para percursos do Núcleo Santana).

- Não são todas as cavernas que podem ser visitadas - das mais de 300 que compõe o parque, apenas 12 delas estão abertas ao público.

- O uso de equipamento de segurança, como capacete com lanterna, é sempre obrigatório.

- Para ter acesso à áreas restritas das cavernas, é preciso solicitar autorização previamente à administração do PETAR em Apiaí, no endereço, Avenida Isidoro Alfeu Santiago, 364 - Tel. (15) 3552-1895.

Atividades

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  • Caminhadas - O PETAR possui diversas trilhas abertas ao público. É por meio delas que se acessa as principais atrações do parque, como cachoeiras e cavernas. A mais famosa delas é a do Rio Betari, no Núcleo Santana, um percurso de 3,6 quilômetros de dificuldade média que passa por duas cavernas (Água Suja e Cafezal), além de cachoeiras (Andorinhas e Betarizinho).
  • Boia-Cross - Atividade aquática realizada por meio de boias ao Rio Betari. Cada boia comporta uma pessoa e o trajeto de 2 quilômetros é realizado em grupo. A atividade pode ser executada por dois trechos com diferentes níveis de dificuldade. Para sua prática é necessário o uso de alguns itens de segurança, como colete salva-vidas e capacete.

Coma e beba

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Não há nenhum tipo de comércio no parque, porém é permitido o acesso com alimentos no local - algumas trilhas contam, inclusive, com área de piquenique. Já fora do parque as refeições podem ser realizadas em pousadas, hotéis e restaurantes.

Hospedagem

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Há algumas opções de hospedagem, em sua maioria pousadas, mas ainda há alguns campings, e nos centros de Apiaí e Iporanga até hotéis, para melhor se acomodar veja as opções de cada núcleo. Em alguns núcleos é possível acampar dentro do parque.

No campo

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Siga estritamente às recomendações do Parque.

Segurança

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  • É fundamental ter um guia, já que as galerias nas cavernas podem se transformar em verdadeiros labirintos.
  • Tenha pilhas extras para lanternas e sacos plásticos para impermeabilizar equipamentos, bem como para trazer o lixo de volta.
  • Leve cantil, roupas leves, mas que aqueçam, de preferência de secagem rápida (tactel), tênis antiderrapantes, meias, roupa de cama, toalha.
  • As estradas de terra tornam-se perigosas em épocas de chuvas intensas, podendo ocorrer quedas de barreira.

Respeite

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  • Grupos pequenos causam menor impacto no meio-ambiente.
  • Andar sempre pelo meio as trilhas e não cortar caminho.
  • Não fazer barulho, pois isso altera o comportamento da fauna e prejudica pedidos de socorro.
  • Não cortar a vegetação nem abrir caminhos.
  • Evitar pisotear a vegetação rasteira.
  • Recolher todo lixo, sempre. Em campings, não deixar vestígios.
  • Acampar em locais permitidos ou livres de vegetação e nunca em locais pouco compactados.
  • Não construir estruturas de tipo algum.
  • Não fazer fogo: usar fogareiro.
  • Lavar utensílios com sabão branco e afastado de córregos, usando um recipiente.
  • Se não houver banheiro, mantenha uma distância de 50 m de cursos dágua e enterrar os dejetos a pelo menos um palmo

Partir

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